Agronegócio cobra reação de Lula a Trump

As recentes ameaças de Donald Trump de impor sobretaxas sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos intensificaram as críticas de deputados ligados ao agronegócio contra o governo Lula. O setor cobra que o presidente e, em especial, a Casa Civil de Rui Costa, se posicionem publicamente em defesa do agronegócio brasileiro diante das ameaças protecionistas de Trump.
Nos bastidores, lideranças do agronegócio alegam que o governo tem priorizado mais a COP30, conferência do clima da ONU que ocorrerá em Belém em novembro, do que as ameaças de Trump. Parlamentares do setor acreditam que este seria um momento oportuno para fortalecer a imagem do agronegócio, especialmente o setor de proteínas animais, que representa uma parte significativa das exportações brasileiras.
“Há uma inércia do governo em avançar com a abertura de novos mercados e políticas públicas para o comércio exterior. Precisamos trazer essa pauta para o Congresso, assim como fizemos com a reforma tributária. O agronegócio é uma alternativa para o mundo diante dessas mudanças”, afirmou o deputado Danilo Forte (União-CE).
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), expressou preocupação com a possibilidade de as tarifas de Trump, inicialmente voltadas para o aço brasileiro, atingirem também o agronegócio. “Causa receio. É um movimento comum do presidente americano em suas negociações, muito de bravata, para trazer outros países para a mesa, como aconteceu com México, Panamá e Canadá. O Partido Republicano tende a ser mais protecionista”, declarou Lupion.