Em busca de reaproximação, Lula visita assentamento do MST pela primeira vez no atual mandato

O GLOBO
Em busca de reaproximação, Lula visita assentamento do MST pela primeira vez no atual mandato Presidente Lula e integrante do MST — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo.

Diante da queda de popularidade e da crescente pressão para acelerar a reforma agrária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitará, na próxima sexta-feira, um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela primeira vez desde o início de seu atual mandato. Ele escolheu o assentamento Quilombo Campo Grande, localizado no município de Campo do Meio (MG), como parte de sua tentativa de reaproximar-se do movimento.

Em janeiro, Lula recebeu representantes do MST no Palácio do Planalto, apenas seis dias após o movimento divulgar uma carta exigindo que o presidente assentasse 100 mil famílias. A carta criticava a atuação do governo petista, contestando os números de assentamentos apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, e também acusava o Congresso Nacional de ter uma postura "perversa" ao defender o agronegócio. O MST apontou uma "paralisação da reforma agrária" no governo atual, questionando a entrega do governo petista em relação a uma das principais bandeiras históricas do partido.

Em dezembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, comandado pelo petista Paulo Teixeira, informou que o governo Lula havia assentado 71,4 mil famílias em 2024. O governo havia se comprometido, no ano anterior, a incorporar 295 mil novas famílias ao Programa Nacional de Reforma Agrária até 2026, mas os números são questionados pelo MST.

"Abril Vermelho" e novas invasões
Após duas reuniões com o governo federal em uma semana e o apelo por "mais paciência", o MST aumentou a pressão sobre Lula e ameaçou realizar um "Abril Vermelho" com novas invasões de terra, caso suas demandas não fossem atendidas. Este período marca o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, quando 19 sem-terras foram mortos.

Em entrevista ao GLOBO, Ceres Hadich, dirigente nacional do MST, expressou frustração com o que chamou de "governo da esperança", que ainda não demonstrou resultados, mas minimizou a relação entre suas reivindicações e as invasões de terra. Ela informou que, atualmente, 115 mil famílias estão acampadas, e mesmo que 65 mil sejam assentadas, ainda restaria um passivo de 50 mil.

— Ainda não tivemos uma solução do governo, mas a pressão política continuará, independentemente da resposta ou não do governo. Mesmo que nossas demandas sejam atendidas, continuaremos mobilizados, pois este é nosso método de luta — afirmou Ceres, em janeiro.

Além disso, parte do movimento exige a demissão de Paulo Teixeira, acusando o ministro de não priorizar a reforma agrária e de não ter o conhecimento necessário sobre o campo para desenvolver estratégias eficazes.

Queda na popularidade
A desaprovação do governo Lula ultrapassou a marca de 60% nos três maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, conforme pesquisa Genial/Quaest, realizada em oito estados que representam 62% do eleitorado brasileiro. O levantamento revela uma queda na avaliação do governo petista, inclusive em estados do Nordeste, tradicional reduto eleitoral do partido.

Em relação aos problemas mais citados pelos entrevistados, a violência e a saúde são as áreas de maior preocupação, segundo a pesquisa.




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