Vereadores criticam falta de transparência do prefeito Sandro Mabel em reunião sobre reformulação da Comurg

Reunião restrita à base aliada foi divulgada para imprensa nesta segunda-feira (10)


Vereadores criticam falta de transparência do prefeito Sandro Mabel em reunião sobre reformulação da Comurg (Reprodução)

Nesta terça-feira (11), vereadores independentes e da oposição ao prefeito Sandro Mabel (União Brasil) manifestaram insatisfação com a falta de convite para uma reunião sobre a reformulação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). A crítica foi feita durante sessão na Câmara Municipal, após servidores da Comurg entregarem uma carta aos parlamentares denunciando cortes salariais e de benefícios.

A polêmica começou quando o prefeito Sandro Mabel decidiu injetar R$ 190 milhões na Comurg sem consultar a Câmara Municipal. Desde que assumiu a gestão, Mabel tem promovido cortes de gastos na Companhia, incluindo demissões de servidores comissionados e reorganização dos serviços, em um esforço para melhorar a limpeza da capital. No entanto, a falta de diálogo com todos os vereadores gerou descontentamento.


O vereador Coronel Urzêda (PL) foi o primeiro a levantar o tema durante a sessão. Ele relatou que servidores da Comurg entregaram um "pedido de socorro" aos parlamentares, destacando a situação crítica da categoria. "Soube que o prefeito convocou apenas a base aliada para a reunião. Isso é verdade? Todos nós somos fiscais e precisamos acompanhar o que está acontecendo para salvar a Comurg. Os servidores estão desesperados, e três deles já tentaram suicídio desde que o prefeito assumiu", afirmou Urzêda.

Em resposta, o vereador Anselmo Pereira (MDB) defendeu o prefeito, negando que tenha havido exclusão de parlamentares. "Nosso prefeito não faz discriminação. Todos os 37 vereadores foram convidados. Não sou o líder do prefeito, mas sei que o convite foi geral", disse. No entanto, a vereadora Aava Santiago (PSDB) contestou a informação. "Tenho muito respeito pelo nosso decano, mas ele está enganado. Eu, como vereadora desta Casa, só fiquei sabendo da reunião pela imprensa. Notícia de jornal não é convite para parlamentar", rebateu.


A vereadora Kátia Maria (PT) também criticou a gestão municipal, classificando a exclusão de parlamentares de oposição como uma "inabilidade antidemocrática". "Essa Casa não pode se curvar ao Executivo. Cabe à Câmara aprovar, legislar e fiscalizar o Orçamento Público. Esse método de escantear a Câmara é irresponsável", afirmou.

Inicialmente, o prefeito Sandro Mabel estava previsto para comparecer à Câmara nesta terça-feira, mas a agenda foi cancelada. Em vez disso, ele convocou uma reunião no Paço Municipal apenas com a base aliada. Para tentar amenizar as críticas, a vice-prefeita Coronel Cláudia (Avante) compareceu à Câmara durante a sessão.

A assessoria do prefeito informou que a reunião no Paço Municipal trataria do plano de reestruturação da Comurg, incluindo a redução do número de diretores, superintendências e gerências. No entanto, não houve esclarecimentos sobre as reclamações dos vereadores excluídos. A Secretaria de Governo afirmou que a reunião faz parte da agenda de trabalho do prefeito com a base aliada e que outros projetos da Prefeitura também seriam discutidos.


Carta dos servidores da Comurg


Os servidores da Comurg entregaram uma carta aos parlamentares denunciando as dificuldades enfrentadas pela categoria. No documento, eles afirmam estar sendo "massacrados" ao longo dos anos e criticam a gestão municipal por desconsiderar seu trabalho. "Fomos retirados da folha da Prefeitura, disseram que não tínhamos expertise para executar os trabalhos, depois nos humilharam e agora querem até nossa dignidade", diz um trecho da carta.

Os trabalhadores também destacaram a importância de seu trabalho para a cidade e pediram respeito. "Somos garis, coletores, varredores, trabalhadores essenciais para Goiânia. Conhecemos os moradores de cada rua. Muitas vezes somos invisíveis, mas também elogiados. Exigimos respeito e as garantias que nos foram concedidas pelo concurso público", concluem.

A situação expõe a tensão entre o Executivo e o Legislativo, além de destacar os desafios enfrentados pelos servidores da Comurg, que clamam por transparência e respeito em meio às mudanças promovidas pela gestão municipal.




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