Lula faz afago a Haddad, nega 'cavalo de pau' na economia

O Globo
Lula faz afago a Haddad, nega 'cavalo de pau' na economia Fala foi feita em evento sobre crédito consignado


 Num momento em que a força do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é questionada no mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um afago e elogiou o chefe da equipe econômica, em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira.
— Tenho a felicidade de ter o companheiro Haddad como ministro da Fazenda — disse ele. — Fico pensando se as pessoas têm noção do que o companheiro Haddad já nos patrocinou como ministro da Fazenda em dois anos.

Há uma avaliação entre integrantes do governo que Haddad enfrenta um período de desprestígio, que começou a ser desenhado em novembro com o anúncio das medidas do pacote fiscal junto com a isenção de imposto para quem ganha até R$ 5 mil, passou pela crise do pix e teve no fim do mês passado o anúncio de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais.

À frente do PT, Gleisi se colocou contra medidas implantadas por Haddad na Fazenda. O partido chegou a soltar uma resolução n em que defendia que o Brasil deveria se libertar do “austericídio fiscal”.
No discurso desta quarta-feira, Lula citou o trabalho do ministro na PEC da transição, no fim de 2023 antes da posse.

A aprovação do texto garantiu recursos para Lula implantar os seus promessas de campanha no começo do governo:
— Poderia começar só lembrando vocês da primeira medida delas, que devia entrar no Guinness Book. Ou seja, o Haddad foi o companheiro que organizou a PEC da transição para que eu pudesse começar a governar esse país antes de tomar posse.
O presidente também falou da reforma tributária e ainda acrescentou:

— Já tive muitos ministros, muitos companheiros na Fazenda, mas pode ter certeza, se vocês colaborarem, a gente vai terminar o nosso governo com o Haddad passando para a história com o melhor ministro da Fazenda que este país já teve.

Lula relatou ter ficado chateado com muitas matérias no jornal sobre o seu governo e descartou haver diferenças na sua forma de atuação em relação aos dois mandatos anteriores.
— Não sei se é plantada se não é plantada, mas eu acho que tem muita agiota fazendo sacanagem com o Brasil. Não sei se é gente que vive com a especulação do dólar. Não sei se é gente que quer ganhar na bolsa, mas tem tanta notícia cretina, tanta notícia falsa.
Também afirmou que o mercado financeiro nunca deve ter dúvida da seriedade do governo:
— Não pensem que eu tenho direito de fazer algum absurdo nesse país. Economia não se faz com mágica, a gente não inventa. A gente sabe que o foi fácil hoje, amanhã pode ser difícil.


O presidente disse que, no governo, todo mundo tem um compromisso sério com a sua história.
— Eu digo sempre que quando eu deixar a Presidência da República, eu não tenho espaço para ir para Paris. Eu não tenho espaço para escrever um livro em Londres. Eu não tenho espaço para ir para Nova York. Eu tenho que votar para a minha origem.

No discurso, Lula negou mudanças bruscas no governo:
— Aqui não tem cavalo de pau. Tem política serena, discutida — afirmou. — Por que vou fazer bravata? Eu tenho compromisso com esse país, com a soberania deste país, e com o povo brasileiro.
Briga de ministros
O presidente lembrou que frequentemente há relatos de brigas entre Haddad e o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Lula disse ser o separador desse tipo de conflito:
— De vez em quando eu vejo muita gente (dizendo) porque tem briga entre Haddad e Rui Costa.

Quando tiver briga entre os dois eu sou o separador dessa briga porque tem uma mesa redonda que eles participam.
Haddad mais emotivo
O presidente ainda disse que Haddad "nem sempre é o mais feliz ao pegar o microfone" e pediu mais emotividade ao ministro.
— Eu falo pro Haddad: "Haddad você tem que passar um pouco de charme".

Como eu falava para Dilma (Rousseff): "Oh Dilma, passa uma lagrima, deixa cair uma lágrima pelo menos". Você fica emocionado que nem ficou a Taciana (Medeiros, presidente do Banco do Brasil), deixa cair uma lagrima, não segura, porque chorar não é um gesto de covardia. Eu fico pensando se as pessoas tem noção do que o companheiro Haddad já nos patrocinou como ministro da Fazenda desse país em dois anos. Eu tava listando para trazer aqui e não quis falar de tudo se não a notícia vai ser o Haddad e não o nosso programa.

Lula lançou nesta quarta-feira o novo modelo do crédito consignado para trabalhadores do setor privado, com a assinatura da medida provisória (MP), em evento no Palácio do Planalto. O governo divulgou os detalhes do projeto.
A linha de crédito é destinada a todos os empregados com carteira assinada, um universo de 47 milhões de pessoas, além de microempreendedores individuais (MEI). O novo modelo entrará em operação a partir de 21 de março, mas só para novos contratos.




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