Deputado e vereador lutam pela federalização do caso Fábio Escobar

Em busca de uma apuração mais transparente e imparcial, o deputado estadual Mauro Rubem (PT) se reuniu nesta quarta-feira, 12 de março de 2025, com representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) em Brasília para solicitar a federalização das investigações sobre o assassinato de Fábio Escobar Cavalcante, ex-coordenador de campanha do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Acompanhado do vereador de Goiânia Fabrício Rosa (PT) e do advogado da família Escobar, Valério Filho, o deputado protocolou um pedido para que o caso seja transferido para a esfera federal, alegando possíveis influências do poder executivo estadual sobre o judiciário local.
A petição, protocolada inicialmente em dezembro de 2024, pede que o Procurador-Geral da República suscite, perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a federalização das investigações. Atualmente, o caso tramita na 1ª Vara Criminal de Anápolis, em Goiás, onde o crime ocorreu.
Durante a audiência com o subprocurador-geral da República, Artur Gueiros, e com o procurador da República, André de Carvalho Ramos, o deputado Mauro Rubem enfatizou a urgência de que o assassinato de Fábio Escobar e as oito mortes subsequentes sejam investigadas e julgadas por autoridades federais.
"O caso só será completamente esclarecido e todos os culpados só serão punidos com a atuação da Polícia Federal, como aconteceu com o assassinato da vereadora Marielle Franco.", declarou o deputado, ressaltando a importância da federalização para garantir a imparcialidade e aprofundamento das investigações. "A família de Fábio Escobar e as outras oito vítimas esperam esclarecimentos sobre este que é um dos maiores crimes políticos de Goiás", completou.
Relembre o caso
Fábio Escobar Cavalcante foi morto em uma emboscada em Anápolis, em 23 de junho de 2021. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o crime foi motivado por vingança, após Escobar denunciar desvios de recursos na campanha eleitoral de 2018, supostamente liderados por Cacai Toledo, ex-presidente do DEM, e Jorge Luiz Ramos Caiado, primo do governador Ronaldo Caiado.
As investigações apontam que Escobar teria sido atraído com a promessa de assumir a direção do partido de Caiado em Anápolis e concorrer a deputado estadual. No entanto, o acordo não se concretizou, e dívidas da campanha não foram pagas. Escobar passou a denunciar um esquema de caixa dois e irregularidades na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), onde Cacai Toledo ocupava um cargo de direção. Após ser ameaçado, Escobar interrompeu as denúncias, mas foi assassinado dois anos depois por policiais militares.