O Ministério Público de Goiás (MP) denunciou Renan Lima Vieira, responsável pela impermeabilização de um sofá que causou um incêndio fatal em Valparaíso (GO). O incidente, ocorrido em 27 de agosto de 2024, resultou na morte de um casal e um bebê, além de ferimentos graves em outra pessoa.

Renan, que divulgava seus serviços sob o nome "HeClean Limpeza de Estofados", não possuía a capacitação técnica necessária para realizar a atividade. No dia do incidente, ele foi contratado por Graciane Rosa de Oliveira para impermeabilizar um sofá, utilizando um produto inflamável fornecido pela vítima, o "Prot Water 5L Protelin".

A perícia constatou que Renan negligenciou as orientações de segurança do produto, que exigiam aplicação em local ventilado e longe de fontes de calor. O apartamento era pequeno e integrado, e a mãe de Graciane, Maria das Graças Oliveira, acendeu o fogão durante a aplicação, provocando uma explosão que rapidamente se alastrou.

Renan e Maria das Graças conseguiram escapar, mas Graciane, seu companheiro Luiz Evaldo Lima, e o bebê do casal, Leonardo Oliveira de Lima, ficaram presos. Em desespero, caíram do sétimo andar ao tentar escapar pelas janelas. Maria das Graças sofreu queimaduras graves e foi hospitalizada.

Durante as investigações, Renan admitiu não ter verificado as instruções do produto, confirmando a negligência e imperícia apontadas pelo MP. A promotora de Justiça Marina Mello de Lima Almeida enfatizou que o acusado ignorou as precauções de segurança. Renan agora responderá por incêndio culposo, com as mortes e lesões como agravantes. “O impermeabilizante Prot-Water é inflamável [...] sendo recomendável que seja aplicado em lugares abertos para evitar qualquer risco de explosão e ajudar na secagem do solvente”, consta na denúncia.