Pessoas casadas tem mais chance de desenvolver demência aponta estudo


Pessoas casadas tem mais chance de desenvolver demência aponta estudo

Estar casado protege o cérebro? Novo estudo revela uma verdade inesperada sobre demência e relacionamentos

Durante muito tempo, acreditou-se que o casamento era um grande aliado da saúde mental e cognitiva, especialmente na terceira idade. A ideia de que ter um parceiro ou parceira ao lado ajudaria a afastar doenças como a demência sempre teve força entre médicos, pesquisadores e até nas conversas do dia a dia. No entanto, uma nova pesquisa da Faculdade de Medicina da Flórida, nos Estados Unidos, vem para desafiar essa crença — e o que ela mostra pode surpreender muita gente.

O estudo, publicado na prestigiada revista científica Alzheimer’s & Dementia, analisou os dados de milhares de pessoas ao longo de quase duas décadas. Os resultados mostram que, ao contrário do senso comum, pessoas casadas podem apresentar maior propensão a desenvolver demência, incluindo Alzheimer, do que solteiros, divorciados ou até mesmo viúvos.

O que a pesquisa descobriu?

Durante os quase 20 anos de análise, 4.853 indivíduos desenvolveram algum tipo de demência. Os cientistas estudaram diferentes formas da doença, como Alzheimer, demência por corpos de Lewy, frontotemporal e vascular. O fator que mais chamou atenção foi a distribuição dos casos conforme o estado civil dos participantes:

  • 21,9% dos diagnósticos ocorreram entre os casados
  • 21,9% entre viúvos
  • 12,8% entre divorciados
  • 12,4% entre aqueles que nunca se casaram

Ao separar os tipos de demência, os pesquisadores observaram que não houve diferença significativa entre os grupos nos casos de demência vascular e frontotemporal. Já em relação ao Alzheimer e à demência por corpos de Lewy, os números foram mais expressivos e revelaram que estar casado, ao contrário do que se pensava, não oferece proteção garantida contra essas doenças.

E agora, o casamento é vilão?

Apesar da surpresa inicial, os próprios pesquisadores ponderam que esses dados podem ter uma explicação alternativa. Uma hipótese levantada é que os casados acabam sendo diagnosticados mais cedo, já que possuem alguém por perto com quem convivem diariamente e que pode notar, com mais rapidez, qualquer alteração no comportamento, memória ou raciocínio. Ou seja, não é que os casados tenham mais demência, mas sim que ela é detectada antes.

Por outro lado, pessoas que vivem sozinhas podem demorar mais para identificar ou relatar os sintomas, o que atrasa o diagnóstico e muitas vezes a busca por tratamento.

Redes de apoio são essenciais

Outro ponto importante que a pesquisa destaca é que o bem-estar na velhice não depende exclusivamente do casamento, mas sim de ter uma rede de apoio consistente — o que pode incluir amigos, familiares, vizinhos ou cuidadores. Estar cercado de pessoas atentas e dispostas a ajudar pode ser decisivo no reconhecimento precoce dos sinais de demência e na garantia de um acompanhamento adequado.

No fim das contas, a pesquisa mostra que rever crenças antigas sobre relacionamentos e saúde mental é necessário. O casamento pode sim ser benéfico em muitos aspectos, mas não deve ser visto como um “escudo” contra doenças neurológicas. E reforça também a importância de manter conexões sociais saudáveis em qualquer fase da vida — mesmo que fora do ambiente conjugal.




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