Aos 88 anos, morre Papa Francisco, o último reformista da Igreja Católica

Faleceu na madrugada desta segunda-feira o Papa Francisco, que foi o líder da Igreja Católica e o primeiro Papa argentino, aos 88 anos. O anúncio oficial foi realizado pelo Vaticano nesta manhã, um dia após o Pontífice ter feito sua última aparição pública, na qual acenou para os fiéis e, com uma voz fraca, lhes desejou "Boa Páscoa" durante a celebração da Páscoa na Basílica de São Pedro.
O pontífice permaneceu hospitalizado por aproximadamente 40 dias devido a uma pneumonia dupla. Neste sábado (19/4), ele se apresentou ao público na basílica de São Pedro, no Vaticano. No Domingo de Páscoa (20/4), fez uma aparição na Praça de São Pedro para benzer os fiéis.
Durante sua aparição na Praça de São Pedro, ele acenou para as milhares de pessoas presentes e, em sua mensagem pascal, fez um apelo aos líderes políticos “para que não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.”
O religioso enfrentou diversos problemas respiratórios desde jovem, incluindo a remoção de parte de um pulmão, e teve internações recentes. Ele foi o primeiro pontífice latino-americano a liderar a Igreja Católica, assumindo o cargo em 2013, após a renúncia de Bento XVI.
Trajetória
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 17 de dezembro de 1936. Ele foi eleito papa em 13 de março de 2013, escolhendo o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis. Filho de Mário Bergoglio e Regina Maria Sivori, que eram imigrantes italianos, Francisco formou-se em química, mas aos 20 anos, em 1958, decidiu seguir a vida sacerdotal, tornando-se padre.
Francisco começou seus estudos no seminário de Villa Devoto e, em 1958, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus. Foi ordenado sacerdote em 1969, tornando-se bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992, e em 1998 foi nomeado arcebispo. Em 2001, recebeu o título de cardeal pelo papa João Paulo II. Apesar de sua forte dedicação ao sacerdócio, Francisco também se destacou na vida acadêmica, tendo sido reitor da Faculdade de São Miguel e obtido um doutorado em teologia pela Universidade de Freiburg, na Alemanha.
Durante seu papado, o papa Francisco adotou uma abordagem mais conciliadora e tem sido visto como um líder mais progressista. Ele se dedicou a reformar várias instituições da Igreja e mostrou determinação ao lidar com casos de abusos sexuais dentro da Igreja Católica.
Em 2023, por exemplo, o papa Francisco se encontrou com vítimas de abusos sexuais perpetrados por clérigos em Portugal, onde criticou a resposta de certos membros da Santa Sé ao escândalo.
Em 2025, o Vaticano implementou novas diretrizes que possibilitam a entrada de homens gays nos seminários, contanto que mantenham a castidade. O comunicado enfatiza que os responsáveis pelos seminários devem avaliar apenas as qualidades pessoais dos candidatos, sem considerar suas orientações sexuais.
Condições de saúde
Na juventude, Francisco perdeu parte de um pulmão. Em 2023, o pontífice foi internado por três dias devido a um quadro grave de bronquite, do qual conseguiu se recuperar após um tratamento intensivo com antibióticos. Ao longo dos anos, ele tem enfrentado sérios problemas de saúde, incluindo episódios prolongados de bronquite durante o inverno.
Além disso, Francisco lidava com dores no joelho, o que dificultava sua mobilidade e o levou a usar cadeiras de rodas. Em fevereiro de 2025, ele foi hospitalizado novamente devido a uma nova crise de bronquite e precisou se afastar das atividades papais, até que não conseguiu mais suportar as complicações de sua saúde.