O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após passar por uma cirurgia no domingo (13/4) para corrigir uma obstrução intestinal. Segundo o boletim mais recente, divulgado nesta quinta-feira (24/4), ele apresentou “piora clínica, elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos”.

O boletim ainda informa que Bolsonaro continua em jejum oral e com “nutrição parenteral exclusiva”.

“O Hospital DF Star informa que o ex-presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório. Apresentou piora clínica, elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos. Será submetido hoje a novos exames de imagem. Continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva. Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI”, informou o documento.

O boletim médico divulgado nesta segunda-feira é assinado por Cláudio Birolini, médico-chefe da equipe cirúrgica; Leandro Echenique, cardiologista; Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior, coordenador da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star; Brasil Caiado, cardiologista; Guilherme Meyer, diretor médico do DF Star; e Allisson Barcelos Borges, diretor-geral do DF Star.

A piora do estado de saúde do ex-presidente Bolsonaro ocorreu um dia depois de receber uma oficial de Justiça na UTI do hospital. A intimação, enviada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito sobre a suposta trama golpista relacionada aos eventos antidemocráticos de 8 de janeiro, notifica Bolsonaro formalmente sobre a abertura da ação penal na qual ele é um dos réus.

Nesta semana, desrespeitando as recomendações médicas de limitações nas visitas, Bolsonaro teve a presença do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do pastor Silas Malafaia, além de participar de uma transmissão ao vivo com seus filhos.

O que é a obstrução intestinal?

A obstrução intestinal é uma condição que se caracteriza pelo bloqueio parcial ou total da passagem dos alimentos digeridos pelo intestino. Essa condição pode ser causada por diversos fatores, como tumores, hérnias, inflamações, intoxicações ou aderências intestinais. Os principais sintomas incluem inchaço abdominal, constipação, dificuldade na eliminação de gases, náuseas, vômitos e dor abdominal em cólica. No caso específico de Bolsonaro, o problema está relacionado às cirurgias realizadas após o atentado de 2018, que aumentam a probabilidade de formação de aderências.

O procedimento que durou aproximadamente 12 horas teve como foco a remoção de aderências intestinais, também conhecidas como bridas, além da reconstrução de parte da parede abdominal. Essas complicações são frequentes em pacientes que passaram por cirurgias abdominais prévias e podem ocasionar dor, obstruções e outros sintomas.

Apesar da evolução positiva de seu estado de saúde, ainda não há previsão para que o ex-presidente receba alta da UTI. O hospital comunicou que ele permanecerá sob monitoramento intensivo.

Desde o atentado que sofreu em setembro de 2018, durante sua campanha presidencial, Bolsonaro passou por diversos procedimentos médicos relacionados ao sistema digestivo.