China diz que grãos dos EUA são "substituíveis" e soja do Brasil será beneficiada

O governo chinês afirmou que grãos produzidos nos Estados Unidos, como soja, milho e sorgo, "podem ser facilmente substituídos", conforme reportado pela agência Bloomberg.
A declaração foi feita por Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira (28).
A declaração ocorre no contexto da guerra comercial iniciada neste mês pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs tarifas de importação a vários países. Para a China, as tarifas podem chegar a 245%. Em resposta, Pequim taxou as importações americanas em 125%.
Com isso, o Brasil, maior exportador de soja para a China, tem ocupado o mercado norte-americano. De acordo com a CCTV, em abril, 700 mil toneladas de soja brasileira serão descarregadas na China, representando um aumento de 32% em relação ao mesmo mês de 2024.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) também indicam uma alta de 17% nas exportações de soja em grãos para todos os países em março, em comparação com o ano passado.
Segundo Chenxin, a China tem diversificado suas fontes de grãos e, devido à guerra comercial, tem comprado mais soja brasileira. A China já havia reduzido suas compras de soja dos EUA desde o primeiro mandato de Trump, que também iniciou uma guerra comercial com o país.
Na semana encerrada em 17 de abril, a China comprou apenas 1.800 toneladas de soja dos EUA, uma queda significativa em relação às 72.800 toneladas da semana anterior, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA.