Passar ao menos 10 minutos na natureza ajuda a aliviar sintomas de ansiedade e depressão
A metanálise examinou 30 anos de pesquisas sobre os efeitos sociais, mentais e físicos da exposição à natureza, incluindo espaços urbanos, como parques
Passar pelo menos dez minutos na natureza ajuda a aliviar sintomas de ansiedade, estresse e depressão, segundo um estudo revisado por pares da Universidade de Utah, publicado na revista Ecopsicologia.
A metanálise examinou 30 anos de pesquisas sobre os efeitos sociais, mentais e físicos da exposição à natureza, incluindo espaços urbanos, como parques.
Os resultados mostram que espaços ao ar livre com água — como rios, lagos e oceanos — e atividades como acampamento e jardinagem têm o maior impacto positivo. A natureza urbana, como parques, montanhas e florestas, também oferece efeitos significativos.
"Todos esses diferentes tipos de espaços ao ar livre proporcionaram resultados positivos, o que destaca a importância de preservar áreas verdes em nossos ambientes naturais e construídos", diz Joanna Bettmann, professora da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Utah e autora principal do estudo.
"Dez minutos na natureza urbana é muito menos caro, intimidador e demorado para pessoas que não têm tempo, recursos, interesse, apoio comunitário ou equipamentos para se aventurar na natureza selvagem por dias ou semanas."
Uma imagem mostra um homem sentado na grama à beira de um lago em um parque, de costas para a câmera, olhando para o lago. Há árvores e vegetação ao redor do lago e, ao fundo, é possível ver uma linha de prédios altos. O céu está parcialmente nublado.
Independentemente do tipo de transtorno diagnosticado, a exposição à natureza mostrou melhorias estatisticamente significativas a curto prazo nos sintomas de saúde mental, especialmente para participantes diagnosticados com transtornos de humor, como depressão, ansiedade ou transtorno bipolar.
De 14.168 estudos que atenderam aos critérios iniciais de busca, os pesquisadores selecionaram 45, que incluíram um total de 1.492 participantes adultos com doenças mentais diagnosticadas. Algumas das experiências examinadas incluíram intervenções terapêuticas estruturadas, enquanto outras envolveram apenas experiências na natureza. Desses 45 estudos, 18 foram randomizados, significando que os participantes foram escolhidos de forma aleatória.
O tempo que os voluntários passaram na natureza variou de estudo para estudo, com alguns passando cerca de dez minutos em um parque da cidade e outros vários dias em experiências imersivas na natureza selvagem.
O modo de exposição também variou entre as pesquisas, com alguns períodos curtos várias vezes por semana ou por mês e outros usando períodos mais longos de exposição contínua. Mesmo assim, diferentes durações e padrões de exposição produziram resultados positivos.
De acordo com a OMS, uma em cada oito pessoas tem algum tipo de doença mental. O custo das doenças mentais na qualidade de vida geral, bem como seu impacto econômico, torna importante identificar e promover suportes de saúde mental acessíveis e fora das instalações convencionais.
"Dar um pequeno passeio ou fazer uma viagem de acampamento não deve necessariamente ser considerado uma substituição para outras intervenções terapêuticas ou clínicas", alerta Bettmann. "Em vez disso, devemos considerar o tempo na natureza como um recurso barato e amplamente disponível para apoiar a saúde mental e o bem-estar geral dos adultos."